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domingo, 29 de setembro de 2019

Paola Torres - As mulheres do cordel.


Paola Torres Costa,
É médica, especialista em Onco-Hematologia, Professora Titular de Medicina da Universidade Federal do Ceará, Presidente do Instituto Roda da Vida, escritora, compositora e cordelista; é também responsável pelos Projetos Andei por Aí(Narrativas em Medicina) e medicina com poesia – O Cordel e Cantoria para a saúde de todos.
.
O folheto de cordel
É uma antiga tradição.
E o poeta que tem
Pelo seu verso afeição,
Fará valer este ofício
Rimando com perfeição.
.
Do mundo ele é patrimônio,
Cordel é nossa cultura...
Nos rincões do meu sertão
Foi sempre a literatura.
Se a seca  mata de fome,
Poesia tem com fartura.
*
Postagem e pesquisa de Dalinha Catunda
Para o Cordel de Saia.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

PLENÁRIA DE SETEMBRO DE 2019 da ABLC





















Plenária da ABLC setembro de 2019
Da agenda no Rio de Janeiro. Hoje tivemos plenária da ABLC. O tema principal foi Jackson do Pandeiro. Ivamberto Albuquerque pesquisador e cordelista, membro da ABLC foi o palestrante. Fez uma palestra informativa e animada arrancando aplausos dos presentes.
Em seguida todos nós nos apresentamos na tarde festiva.
Nota de Dalinha Catunda cad.25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

NO DIA INTERNACIONAL DA CACHAÇA

No dia internacional da Cachaça.
A convite da produção da Rio TV Câmara, estive participando no dia internacional da cachaça, sexta feira 13, de uma reportagem sobre o precioso liquido para o jornal.
A matéria feita pela repórter Mariana Rozadas, na Rua da Carioca no bar: “CAFÉ DOS BONS CACHAÇA DAS BOAS.”
Entre exportadores e especialistas em cachaças, um espaço para meus versos.
Quem quiser conferir é a matéria que fecha esse link: https://www.youtube.com/watch?v=NXdZgwfyOEQ
Nota de Dalinha Catunda cad 25 da ABLC

Dalinhaac@gmail.com

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

PRA SUA FACA AFIADA / TEM COURO MINHA BAINHA


PRA SUA FACA AFIADA
TEM COURO MINHA BAINHA.
*
DALINHA CATUNDA

Você se diz cabra macho
Valentão e coisa e tal
Que me leva no bornal
Só para apagar meu facho
Eu querendo lhe despacho
Porém não fujo da rinha
Se souber levar Dalinha
O duelo acaba em nada
PRA SUA FACA AFIADA
TEM COURO MINHA BAINHA.
*

CREUSA MEIRA
Tem cara falando asneira
Sentindo-se poderoso
Na verdade é indecoroso
Discursar dessa maneira
Eu digo não é brincadeira
Governar a pátria minha
Enquanto ele faz arminha
A gente fica sem nada
PRA SUA FACA AFIADA
TEM COURO MINHA BAINHA.
*
BASTINHA JOB
 Um cabra assim tão gabola
Conta tanta farolice
E nesse disse que disse
Na própria linha se enrola
Na sua lama se atola
Vende pinto por galinha
E digo como Dalinha
Sua cara tá manjada:
PRA SUA FACA AFIADA
TEM COURO MINHA BAINHA.

*
DALINHA CATUNDA
Você quis dançar comigo
Acabei achando bom
Você lambeu meu batom
Vi que eu corria perigo
Bem no pé do meu umbigo
Vi que algo duro tinha
Era a peixeira que vinha
Riscando desencapada
PRA SUA FACA AFIADA
TEM COURO MINHA BAINHA.
*
ALAÍDE S COSTA
Chega no forró sorrindo
Gasta dinheiro e alegria
Diz que não perde folia
Puxa a dama e vai saindo
Pelo salão sacudindo
Mas, deixou sua esposinha
Que ele chama de mainha
No lar, com fome, sem nada
PRA SUA FACA AFIADA
TEM COURO MINHA BAINHA.

*
VÂNIA FREITAS
O cabra que estufa o peito
E acha que é o maioral
Se engana pois afinal
É um coitado o sujeito
Que não merece respeito
Nem mesmo de uma calcinha
É tipo erva daninha
Deve ser logo arrancada
Pra sua faca afiada
Tem couro minha bainha.

*
ALAÌDE S COSTA
 Homem que agride Mulher
Cai na MARIA DA PENHA
Ou é melhor cair na" lenha"?
Pode ser um Chanceler
Ou o tal macho Xavier
Que grita:" a mulher é minha!"
E bateu nela agorinha
Mostrando não valer nada
PRA SUA FACA AFIADA
TEM COURO MINHA BAINHA.

*
RITINHA OLIVEIRA
 Fica longe meu irmão
Não invada meu espaço
Pois o meu punho de aço
Já deixou muitos no chão
Um galo sem esporão
Não enfrenta uma rinha
A coragem de Ritinha
É sua grande aliada
PRA SUA FACA AFIADA
TEM COURO MINHA BAINHA.

*
Mote de Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com



RITINHA OLIVEIRA X VÂNIA FREITAS






O AMOR...
Ritinha Oliveira
O amor é um sentimento
Que tira todo o amargor
Um anjo colhe o néctar
Do mel da divina flor
E oferta a humanidade
Por ordem do criador!
 .
Vânia Freitas
Amar a Deus Criador
Eis o maior mandamento
E quem quiser ser feliz
Não faz da vida lamento
Ame até seu inimigo
Pra chegar ao firmamento.
Ritinha Oliveira
O amor é um documento
Selado por confiança
Ele tem peso igual
O fiel é temperança
Se dermos chance ao ódio
Desequilibra a balança
 .
Vânia Freitas
O amor é como criança
Tudo é tão passageiro
Não tem raiva nem rancor
A vida é como um celeiro
Das coisas boas que traz
O amor é seu bem primeiro.
 .
Ritinha Oliveira
O amor é conselheiro
Em toda língua ele fala
Sua escola é o mundo
Não somente uma sala
E ao seu grito de paz
a voz da guerra se cala.
.
VÂNIA FREITAS
O amor tem força que embala
E balança coração
Por mais duro que ele seja
Dobra joelho em oração
Quem conduz essa santa arma
Vive o céu aqui no chão.
.
RITINHA OLIVEIRA
Quem quer paz no coração
Faça do amor ingresso
Se um dia odiei
Eu vivi no retrocesso
Para os braços do amor
Eternamente regresso
.
VÂNIA FREITAS
Com muito amor atravesso
Coisas difíceis da vida
O amor tem sido o meu porto
Quando estou esmorecida
Nele encontro mais conforto
Me sinto fortalecida
Fim
Diálogo virtual entre as poetisas
Ritinha Oliveira X Vânia Freitas
10/09/2019
Postagem de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com
Para o Cordel de Saia.


SÃO JOÃO NA ROÇA - CORDEL DE DALINHA CATUNDA


SÃO JOÃO NA ROÇA
1
Hoje acordei com saudades
Das festas do meu sertão
De matuta me trajava
E cheia de animação
Com meu vestido de chita
Chapéu e laço de fita
Feliz dançava o São João.
2
Enxerida e dançadeira
Nunca me faltava par
Pra dançar numa quadrilha
Nas festas do meu lugar
Tudo hoje é diferente
Até o São João da gente
Acharam por bem mudar.
3
No São João de Antigamente
Tudo era especial
O noivo e a noiva vinham
No lombo dum animal
Ou então numa carroça
Assim era lá na roça
No São João tradicional!
4
No casamento matuto
Era um Deus nos acuda
Noivo querendo fugir
Da noiva já barriguda
De espingarda na mão
Fazia o pai confusão
E ao juiz pedia ajuda.
5
O vigário embriagado
Cambaleava no altar
O pai que não sossegava
Gritava vou já matar
Ou casa ou eu não dou trégua
Nesse filho d’uma égua
Eu atiro é sem mirar.
6
O delegado chegava
E acabava a confusão
O noivo então se casava
Pra não mofar na prisão
Com barulho de foguete
Principiava o banquete
Assim era a tradição.
7
Quem comandava a quadrilha
Lá no meu interior
Era só gente da gente
E eu dava o maior valor
No momento de ensaiar
Do nosso bom linguajar
Valia-se o gritador.
8
Foi a caminho da roça
Transbordando de alegria
Que passei com meu amor
Num túnel de fantasia
Mas na primeira manobra
Quando eu ouvi, Olha a cobra!
Eu gritei: Ave Maria!
9
Olha a cobra, olha a chuva
Tudo era encenação
A cobra não assustava
Chuva não caía não
No giro que a roda dava
Eu fui dama coroada
Em cada apresentação.
10
No cumprimento das damas
Rapaz tirava o chapéu
A dama se derretia
Sentindo-se lá no céu
Quando a dança terminava
A folia começava
Era grande o escarcéu.
11
A mulherada corria
Para fazer simpatia
Um corre-corre danado
Para ver se descobria
Com quem ia se casar
Tentava enxergar o par
Na água duma bacia.
12
Já outros passavam fogo
Naquele dado momento
Era em nome dos três santos
Que faziam juramento
Você vai ser meu compadre
E você minha comadre
Era assim, eu não invento.
13
E nesse costume antigo
Arrumava-se afilhado
Era assim que sucedia
Depois do fogo passado
Quem jurava na fogueira
Levava pra vida inteira
O que fora confirmado.
14
Eu jamais vou esquecer
Do São João no Ceará
O bolo feito de milho
Um pote com aluá
Pamonha também canjica
Aqui a lembrança fica
Remetendo-me pra lá.
15
Nos braseiros das fogueiras
Se agitava a meninada
Se danando a assar milho
E a fazer batata assada
A fogueira faiscava
Milho cozido cheirava
Era uma festa animada.
16
As musicas que se ouvia
No bom São João Nordestino
Era só Luiz Gonzaga
Com seu canto genuíno
Repleno de animação
Incendiava o sertão
Sem cometer desatino.
17
Era uma festa bonita
Que tinha sua candura
Feita com nossos costumes
Com base em nossa cultura
Tudo agora está mudado
Até o sapato é dourado
Viramos caricatura.
18
Tanto luxo, tanto brilho,
Largaram chita e chitão
Não tem mais nada de roça
Pois é só ostentação
Parece a festa da uva
Até princesa com luva
Vejo na apresentação.
19
Parece escola de samba
Na hora de desfilar
E tem comissão de frente
Antes do grupo dançar
É um tal de se exibir
Dançam para competir
E não para festejar.
20
Até a música usada
Não é como antigamente
Falta sanfona e zabumba
E um triângulo estridente
Falta um forró animado
Com cara de nossa gente.
21
Cadê o chapéu de palha
E o bigode desenhado
A camisa de xadrez
Ou de tecido estampado
Cadê o nosso matuto
Que dançava absoluto
No sertão o seu reinado.
22
Cadê a moça bonita
Que guardo em minha lembrança
Com pintas pretas na face
De cada lado uma trança
Cadê a festa junina
Tão nossa tão nordestina
Dos bons tempos de bonança.
23
Eu ainda quero ouvir
Na voz de um cantador
O que eu ouvi num São João
Numa noite de esplendor
A mais linda melodia
Onde Gonzagão dizia:
Olha pro céu meu amor...
24
Não vamos interromper
Os passos de nossa história
Devemos vivenciar
Não só guardar na memória
Defender e resguardar
Sem deixar de praticar
Feitos dessa trajetória.
Fim
Cordel de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com


terça-feira, 10 de setembro de 2019

Daudeth Bandeira e Dalinha Catunda


DAUDETH BANDEIRA E DALINHA CATUNDA
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DAUDETH BANDEIRA
Eu não conheço Dalinha
Mas desejo conhecê-la
Todo poeta precisa
Conhecer uma estrela
Não pra ser o dono dela
Mas para aplaudi-la e vê-la.
.
DALINHA CATUNDA
Eu já conheço Daudeth
E muito, de ouvir falar,
Fama de cada Bandeira
Faz o mastro tremular
Seu clã é constelação
Constantemente a brilhar.
.
DAUDETH BANDEIRA
Dalinha pega mais fogo
Do que capim no verão,
É do tipo das caboclas
Que pingam brasa no chão,
São responsabilizadas
Por quase todas queimadas
Que existem no sertão.
.
DALINHA CATUNDA
Sou fogueira de paixão
Lambendo o chão da campina
Incendiando o agreste
Tal ventania ladina
Apesar de ser matreira
Não sou de queimar Bandeira
Meu fogo não desatina.
.
postagem de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com