LAURINDA SANTOS LOBO,
a mecenas de Santa Teresa
Cuiabá/MT,
1878 – RJ de Janeiro/RJ, 1946
1
Laurinda,
grande mecenas!
Quem
é esta brasileira?
Movimentou
a cidade
Na
colina ou na ribeira.
Ecoou
por todo o estado
Fez
Sarau movimentado
Tinha
postura brejeira.
2
Nasceu
lá em Cuiabá
Veio
pro Rio de Janeiro,
Acompanhada
da mãe.
Tinha
espírito altaneiro.
De
caráter dominante,
Tudo
era interessante,
Tinha
o olhar muito certeiro.
3
Tio
Joaquim Murtinho
Médico
proeminente
Homem
de muita influência,
Que
a recebeu sorridente.
Apresentou-lhe
a cidade
Também
à sociedade
Seu
prestígio era evidente.
4
Aqui
no Rio de Janeiro
Ela
ficou conhecida
Como
a Diva dos Salões.
Empunhou
luta aguerrida,
Pelas
causas feministas,
Ao
lado das sufragistas,
Nunca
se deu por vencida.
5
E
lá em Santa Teresa,
Sedimentou
moradia,
Em
um belo palacete.
Sua
casa sempre abria
Ao
poeta e ao artista.
Era
uma grande ativista.
Lá,
tudo se debatia.
6
Protagonizou
sua época
Como
mulher elegante,
Despertou
muito ciúme,
Confundida
com bacante.
Organizou
muitas festas
Regadas
com as serestas
Cada
noite deslumbrante.
7
Laurinda
abrigou a todos
Fosse
nobre ou plebeu
Lá
não havia um espaço
Que
chamamos “gineceu”
A
mulher tinha vez e voz
Desconhecia
o algoz
A
igualdade promoveu.
8
Laurinda
emprestou seu nome
Para
o Centro Cultural
O
Laurinda Santos Lobo
Santa
Teresa, o local
Um
cenário de beleza,
Junto
a tanta natureza
Monte
Alegre é o ramal.
9
Há
quem pergunte e indague:
--
Neste Centro ela viveu?
Não sua morada
foi outra
--
Isto nunca aconteceu.
Foi
no Parque das Ruínas
De
instalações genuínas
Onde
tudo sucedeu.
10
Ao
Maestro Villa-Lobos,
Laurinda
patrocinou.
Uma
viagem a Paris,
Lá
ele se apresentou,
Numa
audição de sucesso
Conquistou
lá o progresso,
E
na Europa ele brilhou.
11
Em
conversa com Tarsila,
Olhando
um quadro indagou:
--
Dona Tarsila, me diga:
O
que foi que motivou,
Este
pauzinho e uma cobra,
Subindo,
fazendo dobra,
Será
que o ovo, já chocou?
12
E
diante da artista,
Com
toda desenvoltura,
Àquele
nada dizia,
Partiu
para outra moldura.
Tarsila
muito abismada:
--
Não significa nada!
É
somente uma costura.
13
--
Costuro minhas ideias
Em
tela, tinta e pincel,
Num
olhar renovador,
Exercendo
o meu papel,
De
uma artista visual,
Componho
grande vitral
Expondo
belo painel.
14
Laurinda
apoiou as letras.
Dentre
seus frequentadores,
Estava
João do Rio
E
outros tantos escritores,
Que
ali faziam paragem,
Compondo
justa engrenagem
Em
Saraus acolhedores.
15
Lutou
pela afirmação
Da
cultural nacional
Congregou
todas as artes
De
riqueza sem igual
Momentos
de efervescência
Salão
de grande influência
Na
capital federal.
16
O
Salão Dona Laurinda,
Foi
ponto do MODERNISMO
Que
na década de 20,
Rompendo
o academicismo.
Um
caldeirão de cultura
Gente
de toda estatura
Momento
de antagonismo.
17
Foi
um grande baluarte
Naquele
momento incerto.
O
Salão causou escândalos
Na
sociedade, e decerto,
Apontado
de vulgar
Mas
nada pode abalar
O
Modernismo desperto.
18
A
sociedade passava
Por
grande transformação.
Reuniu
também políticos,
Na
defesa da Nação,
De
culturas estrangeiras
E
das pautas forasteiras
Nacional
era o refrão.
19
E
Júlia Lopes de Almeida
Dos
Saraus participou
Em
noitadas literárias
Sua
marca ali deixou.
Foi
também uma ativista
Lutando
pela conquista
Pelo
voto se empenhou!
20
Hoje
o belo palacete,
É
um Centro Cultural
Recebe
todas as artes
De
caráter universal.
Preservando
a qualidade
Sem
qualquer ambiguidade
De
cultura transversal.
21
Este
Centro Cultural
Concentra
suas memórias,
Do
bairro Santa Teresa,
Passado
de muitas glórias.
Recebe
novos artistas,
Mostrando
suas conquistas
Palco
de muitas vitórias.
22
Recebendo
Exposições!
Dança!
Teatro! Poesia!
Cultura
sempre plural,
Crescendo
dia após dia.
Brindando
os seus moradores
Festas
de muitas cores.
Espalha
só alegria.
23
Laurinda
marcou seu nome
No
cenário carioca
Lutando
pelas mulheres
Um
movimento provoca
Pelo
voto feminino
E
com seu instinto felino
Esta
temática evoca.
24
Fica
aqui este meu registro
De
uma história singular
De
uma mulher que lutou
Para
a cultura brilhar
E
lá em Santa Teresa
Deixou
sua chama acesa
Marcando
ali seu lugar.
Março/2019
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