A CANÇÃO
DE ROLAND
– La chanson de Roland
é um poema épico composto no século XI em francês antigo, sendo a mais antiga
das canções de gesta escrita em uma língua românica.
A primeira época lírica portuguesa é
chamada de Trovadorismo e as composições dos trovadores são conhecidas como cantigas. A poesia dos cancioneiros pode dividir-se em
lírica e satírica.
As cantigas lírico-amorosas apresentam
duas modalidades: as cantigas de amigo,
nas quais o poeta põe as palavras na boca de uma mulher, apresentando por isso
um eu lírico feminino, e as cantigas de amor,
nas quais o poeta fala por si próprio, contendo, por isso, um eu lírico
masculino.
– Canção de Gesta é um longo poema épico medieval, no geral em
versos, que celebrava feitos históricos, heroicos ou ilustres. A mais antiga
canção de gesta preservada é A Canção de Rolando, 4002 versos, mas
algumas canções podiam chegar a dezenas de milhares de versos. Quase sempre
concentrando a ação nos feitos ilustres de Carlos Magno (século VIII).
– tanto do ponto de vista dos conteúdos – novelas de
cavalaria, grandes batalhas, romances, que aqui foram transportados para as
lutas do cangaço, a religiosidade popular, o patriarcalismos das famílias de
latifundiários, dificuldades com as grandes secas, enchentes, e as histórias de
animais (sempre com um cunho moralizante); como do ponto de vista das formas –
obedecem às mesmas dimensões gráficas de tamanho e paginação.
-- os feitos heroicos do cancioneiro medieval:
Freire,
João Lopes. A história de Carlos Magno e os doze pares de França. Rio
de Janeiro: [s.n., 19--]. 43 p. 210 estrofes
A BATALHA de Oliveiros. Editor proprietário: José Bernardo da Silva. Juazeiro do Norte: Tipografia São Francisco, 1957. 32 p
A prisão de Oliveiros. Editor Proprietário: José
Bernardo da Silva. Juazeiro do Norte: Tipografia São Francisco, 1958. 48
p.
Barros, Leandro Gomes
de. Roldão no leão de ouro. Editor Proprietário:
Filhas de José Bernardo da Silva. Juazeiro do Norte: Lira Nordestina, [19--].
40 p.
Silva, João Melquíades Ferreira da (1869/1933). Roldão no leão de ouro. Rio de Janeiro, RJ: Academia Brasileira de Literatura de Cordel, 2005. 32 p.
– Cantiga de amigo: na lírica medieval
galego-portuguesa, cantiga de amigo é composição breve e singela posta na voz de uma mulher apaixonada. Devem o seu nome ao facto de que na maior parte delas
aparece a palavra amigo. Sempre com o sentido de
pretendente e/ou amante e esposo.
Silva,
Manoel Monteiro da (1937). Cantigas de amigo: cordel em quadras.
Campina Grande, PB: Cordelaria Poeta Manoel Monteiro, 2012. 8 p
– Cantiga
de amor: nas cantigas de amor o
homem se refere à sua amada como sendo uma figura idealizada, distante. Nas
cantigas de amor o poeta chama sua amada de senhor, pois naquela época, todas
as palavras que terminavam com “or”, em galego-português não tinham feminino, portanto
ele dizia - “minha senhor!”
– Cantiga de
escárnio é a sátira indireta, sutil, irônica, sarcástica,
evitando-se citar o nome da pessoa-alvo da zombaria.
– Cantiga de maldizer é a sátira direta, desbocada, vulgar, grosseira,
chula, por vezes obscena ou pornográfica, chegando a citar o nome da
pessoa-alvo da sátira. No exemplo abaixo, o autor faz uma depreciação à imagem
de um trovador, considerando-o literariamente fraco.
Dinâmica:
Essa dinâmica vale para o
tratamento de todos os tipos de modalidades e temas, seja para os folhetos – de
ocasião, biográficos, romances, abeces.
– levantar
glossário dos termos que mais chamem a atenção;
–
interpretar as ações do texto;
– observar
as primeiras estrofes onde o poeta enuncia como contará sua história. Pelo
caráter narrativo, a literatura de cordel tem sempre princípio, meio e fim;
– nestas
primeiras estrofes estabelecer o assunto, de que forma vai desenvolvê-lo e;
– nas
últimas estrofes prepara o leitor para o desfecho, o grande final, em que agradece a leitura e a compra do folheto;
– observar
os apelos feitos em prol da maior inspiração
> o poeta apela às musas, às divindades, etc.
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Texto: Maria Rosário Pinto
http://www.cordeldesaia.blogspot.com
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