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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

NOTAS PARA O ESTUDO DA LITERATURA DE CORDEL


A CANÇÃO DE ROLAND

 La chanson de Roland é um poema épico composto no século XI em francês antigo, sendo a mais antiga das canções de gesta escrita em uma língua românica.
A primeira época lírica portuguesa é chamada de Trovadorismo e as composições dos trovadores são conhecidas como cantigas. A poesia dos cancioneiros pode dividir-se em lírica e satírica.
As cantigas lírico-amorosas apresentam duas modalidades: as cantigas de amigo, nas quais o poeta põe as palavras na boca de uma mulher, apresentando por isso um eu lírico feminino, e as cantigas de amor, nas quais o poeta fala por si próprio, contendo, por isso, um eu lírico masculino.

Canção de Gesta é um longo poema épico medieval, no geral em versos, que celebrava feitos históricos, heroicos ou ilustres. A mais antiga canção de gesta preservada é A Canção de Rolando, 4002 versos, mas algumas canções podiam chegar a dezenas de milhares de versos. Quase sempre concentrando a ação nos feitos ilustres de Carlos Magno (século VIII).

tanto do ponto de vista dos conteúdos – novelas de cavalaria, grandes batalhas, romances, que aqui foram transportados para as lutas do cangaço, a religiosidade popular, o patriarcalismos das famílias de latifundiários, dificuldades com as grandes secas, enchentes, e as histórias de animais (sempre com um cunho moralizante); como do ponto de vista das formas – obedecem às mesmas dimensões gráficas de tamanho e paginação.

-- os feitos heroicos do cancioneiro medieval:

Freire, João Lopes. A história de Carlos Magno e os doze pares de FrançaRio de Janeiro: [s.n., 19--]. 43 p. 210 estrofes 

A BATALHA de Oliveiros. Editor proprietário: José Bernardo da Silva. Juazeiro do Norte: Tipografia São Francisco, 1957. 32 p

A prisão de Oliveiros. Editor Proprietário: José Bernardo da Silva. Juazeiro do Norte: Tipografia São Francisco, 1958. 48 p. 

Barros, Leandro Gomes de. Roldão no leão de ouroEditor Proprietário: Filhas de José Bernardo da Silva. Juazeiro do Norte: Lira Nordestina, [19--]. 40 p.

Silva, João Melquíades Ferreira da (1869/1933). Roldão no leão de ouroRio de Janeiro, RJ: Academia Brasileira de Literatura de Cordel, 2005. 32 p.


Cantiga de amigo: na lírica medieval galego-portuguesa, cantiga de amigo é composição breve e singela posta na voz de uma mulher apaixonada. Devem o seu nome ao facto de que na maior parte delas aparece a palavra amigo. Sempre com o sentido de pretendente e/ou amante e esposo.

Silva, Manoel Monteiro da (1937). Cantigas de amigocordel em quadras. Campina Grande, PB: Cordelaria Poeta Manoel Monteiro, 2012. 8 p


Cantiga de amor: nas cantigas de amor o homem se refere à sua amada como sendo uma figura idealizada, distante. Nas cantigas de amor o poeta chama sua amada de senhor, pois naquela época, todas as palavras que terminavam com “or”, em galego-português não tinham feminino, portanto ele dizia - “minha senhor!”

­­– Cantiga de escárnio é a sátira indireta, sutil, irônica, sarcástica, evitando-se citar o nome da pessoa-alvo da zombaria.

 Cantiga de maldizer é a sátira direta, desbocada, vulgar, grosseira, chula, por vezes obscena ou pornográfica, chegando a citar o nome da pessoa-alvo da sátira. No exemplo abaixo, o autor faz uma depreciação à imagem de um trovador, considerando-o literariamente fraco.

Dinâmica:

Essa dinâmica vale para o tratamento de todos os tipos de modalidades e temas, seja para os folhetos – de ocasião, biográficos, romances, abeces.

– levantar glossário dos termos que mais chamem a atenção;
– interpretar as ações do texto;
– observar as primeiras estrofes onde o poeta enuncia como contará sua história. Pelo caráter narrativo, a literatura de cordel tem sempre princípio, meio e fim;
­– nestas primeiras estrofes estabelecer o assunto, de que forma vai desenvolvê-lo e;
– nas últimas estrofes prepara o leitor para o desfecho, o grande final, em que agradece a leitura e a compra do folheto;
– observar os apelos feitos em prol da maior inspiração  > o poeta apela às musas, às divindades, etc. 



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Texto:  Maria Rosário Pinto
http://www.cordeldesaia.blogspot.com

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