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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A CRISE EM CANINDÉ E A LÍNGUA DE TONICO












A CRISE EM CANINDÉ E A LÍNGUA DE TONICO
*
TONICO MARREIRO
Meu caro Kennedy Marreiro
Da crise és analista
Eu vi o Jota Batista
Nosso amigo seresteiro
O melhor cancioneiro
De repertório bacana
A sua voz nos ufana
Mas a crise fez mais esta:
Deixou de cantar seresta
Pra vender Caldo de Cana...
*
DALINHA CATUNDA
Não fale de Jota Batista
Senhor Tonico Marreiro
Esse exímio seresteiro
Que de fato é um artista
Inda hoje está na pista
Tocando seu violão
Não o chame de ladrão
Isso não tem cabimento
Ele é bom elemento
Tenha consideração.
*
TONICO MARREIRO
Encontrei em Canindé
O nosso bom seresteiro
Vizinho a Casa Marreiro
Ele de mim não deu Fé.
O fotografei até
Pro fato não ser fofoca
Pois a cena a todos toca
Ver essa contradição:
Trocou o seu violão
Pra viver da engenhoca...
*
DALINHA CATUNDA
Também não sou de fofoca
Eu lhe garanto Tonico.
Vejo você pagar mico,
Com a mão na mandioca
Para fazer tapioca
Depois vender com café,
Na feira de Canindé.
Com essa crise medonha
Você não vende pamonha
Por faltar Milho no pé.
*
TONICO FERREIRA
Minha sacola de pão
Outro dia ele roubou
Mas Jesus já perdoou
Com fez a outro ladrão...
Galinhas? Não digo não!
(Ele roubou a granel)
Deixou de ser menestrel
Vive agora o sacana
Vendendo caldo de cana
Acompanhando um pastel...
*
 DALINHA CATUNDA
Tonico mas que papel!
Deixe de ser fofoqueiro
Não perca tempo e dinheiro
Apenas sendo cruel
Você só destila fel
Não escapa um amigo
Olhe para seu umbigo
Só assim vai melhorar
E parar de fofocar

Sua língua é um perigo.

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