E no país em que tudo é relativo... e vivemos por um fio. .

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No país do escracho!

Caros amigos, leitores
Olha só que confusão
Em que suruba danada
Foram meter o povão.
Parece coisa do demo
Tamanha complicação
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Estes governos revoltam.
Com sua democracia
Que na miséria do povo
É pura demagogia
Parecendo até cinismo
Falar em cidadania
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Todos dizem “Eu não sabia!
E não fui um presepeiro.
Mas, se tem farinha pouca,
Quero meu pirão primeiro!”
O povo vai se ajeitando,
Talvez saia do atoleiro.
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Voltamos às privatizações,
Com o Estado falido,
E vendendo o patrimônio.
O povo vive aturdido
Sem saber pra onde correr,
Continua oprirmido.
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Vamos voltar para o tempo
Com a luz de lampião
Que afeta nossa vista
Estraga nosso pulmão
Tudo como conseqüência
Da tal privatização.
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No ponto em que chegamos,
Não existe “data venha”.
Pois, “salvo melhor juízo”,
Na cozinha eu uso lenha
Cada um faz o que pode
Da forma que lhe convenha
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Para cumprir a medida
Inventaram uma meta,
No consumo lá de casa,
Parece coisa incorreta
Bisbilhotando a vida
De quem anda em linha reta
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Até o nosso São Pedro
Recebeu sua incumbência
Providenciar que chova
Pela divina clemência!
Assim ficou de plantão
Sem perder a paciência.
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Ah! Que saudades que tenho
Dos tempos que já se vão
Toda chuva que caía
Anunciava o trovão
Nosso querido São Pedro
Nem pensava em apagão
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Há governantes que cuidam
Da saúde do povão
Mas aqui é diferente:
Pois o nosso cidadão
Somente é visto e lembrado
Quando chega uma eleição
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Sofrendo as ameaças
De ver luzes apagadas
As famílias constrangidas
Ficam sempre aperreadas
Banham-se rapidamente
Usam roupas mal lavadas
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Não se pode ouvir o rádio
Pois na corrente é ligado
Televisão, nem pensar
O lazer foi controlado
A gente tem que ficar
No escuro e abafado
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Não consigo entender
A tal globalização
O mundo todo alinhado
O Brasil na contramão
Se isto é globalizar...
Fora, a globalização!
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Hoje as nossas riquezas
Pelo mundo, empenhadas.
Nossas maiores empresas
Já foram arrematadas
(Em leilões constrangedores)
No país, espoliadas.
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O distante dirigente
Quando chega a eleição
Beija o povo ardentemente
Chega perto da nação
Foge dele quando vem
O final da votação
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O Brasil é sempre jovem
Como país do futuro
Vamos chegar à velhice
Em regime muito duro
Nossas crianças vivendo
Sem conforto e no escuro
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Até mesmo o futebol
Já está prejudicado
Horário em nossos estádios
Agora está controlado
Para se ganhar a copa
O sonho fica adiado
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Também como anda a vida
Com as coisas escrachadas
Nossa seleção não ganha
Nem dos times de peladas
Só falta agora perder
As copas já conquistadas
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Nosso país hoje vive
A grande guerra civil
A violência parece
Ser de pólvora um barril
A continuar assim
Morrerão de mil em mil
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O povo passando fome
E com a barriga vazia
Já perdeu as esperanças
E também a fantasia
Pagando pelos enganos
Com erros em demasia
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Sem ter a quem reclamar
Paga conta exorbitante
Liga para o ouvidor
Com ouvidos de mercante
Cansado, o povo desiste,
Do sonho de reclamante
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Quem tem o dom de poeta
Rimando sente alegria
O cordel é uma luz
Que a todo mundo “alumia”
E não existe apagão
Que apague a poesia.
(Rosário Pinto)