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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

CONVERSA DE ALPENDRE

CONVERSA DE ALPENDRE
*
GREGORIO FILOMENO
No alpendre do oitão
Cinco ou seis redes armadas
Participam da palestra
Várias pessoas deitadas
Remexendo fantasias 
De mil histórias passadas.
*
DALINHA CATUNDA
As noites são encantadas
São recreios do labor
Um café uma cachaça
Boa prosa com humor
E no meio da conversa
Sempre tem um cantador.
*
GREGÓRIO FILOMENO
Um grande improvisador 
Numa noite enluarada
Tira versos da cachola
Cantando sobre a calçada
E assim sob um fresco açoite
Ninguém vê que a meia noite
Descambou pra madrugada.
*
DALINHA CATUNDA
A barra já desenhada
Aurora a se apresentar
O galo saudando o dia
Bota o gogó pra cantar
E nessa tal brincadeira
Passa-se a noite inteira
Sem ver o tempo passar.
*
GREGÓRIO FILOMENO
Se uma corda se quebrar
O violeiro não pára
Vara madrugada a fora
Com um menestrel se equipara
Segue animando a moçada
Numa alegre cachaçada
Onde até velho enche a cara.
*
DALINHA CATUNDA
Farra assim nem se compara
As farras de hoje em dia
Com viola e cantador
Com cachaça e alegria
E pra bulir com paixão
De amor tinha canção
Nas modas da cantoria.


Foto de Dalinha Catunda

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