Convidada pela
professora Veronica Carvalho compus o poema Feira Nordestina, que foi apresentado nos
festejos de 10 anos do Curso de Gastronomia da UNISUAM, onde ela cursa a
faculdade de Nutrição.
Veronica Carvalho declamou
e cantou o poema com muita propriedade e luxo. Conheci Veronica em 2017 no
Projeto de Oficinas Poesia EnCena, idealizado e realizado
pela arte educadora, atriz e diretora teatral Beth Araújo, com o apoio da
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.
O projeto existe há
cinco anos e, a partir dele, foi criado em 2018 o Grupo Teatral Mulheres no
Cordel,
com o propósito de trazer à luz a poesia feminina na literatura de cordel. O espetáculo é dedicado às mulheres poetas de
cordel, que de meados da década de 1970 até hoje vêm firmando seus nomes no
cenário da literatura de cordel, um reduto marcado pela presença e domínio
masculino.
Feira nordestina
1
O
Nordeste brasileiro
É
celeiro cultural,
Também
na alimentação,
Ele
é referencial
Quando
secam as barragens
Em
tempos de estiagens
Queima
o canavial.
2
A
terra arde e resseca
A
plantação fica escassa
A
colheita é minguada
E
também some a caça.
Sem
acesso ao alimento,
Com
fome e sem alento
O fogo é ameaça.
3
E durante o mês de junho
Mês de festa popular,
Que é patrimônio
nosso,
Ela assume o seu lugar.
Firma nossa
identidade
Em meio à
festividade.
Que se deve
preservar.
4
E no São João
festejamos
Sempre com muita
alegria
As colheitas do
sertão,
Regadas com poesia
Seguindo a oralidade
Matando nossa saudade
Em noites de euforia.
5
Tem iguarias
gostosas,
Milho cozido e
assado,
Pamonha, batata doce,
Tem quentão bem
apurado
Tem canjica com
canela
Abarrotando a panela
E tudo vem do roçado.
6
Tem
jabá com jerimum
Macaxeira
e acarajé
Tem
a buchada de bode
Fumaça
na chaminé
E
cuscuz de mandioca
A
gostosa tapioca
A
batata e o café.
7
Todo
domingo acontece
A
feira com cantoria
Feijão
verde e de corda.
A
peleja contagia
E
no final de semana
Pastel
e caldo de cana
Regados
com poesia.
8
Moqueca
de siri mole.
E
são tantos os sabores
Queijo
coalho e mungunzá
Cada
qual com seus odores
Tem
quentão e aluá
Tem
cofo, tem caçuá
E
frutos multicolores.
9
Nos
meses de invernada
Temos
frutos saborosos
Sapoti
e bacuri
São
frutos bem curiosos
Pitomba
e carambola
Buriti
e acerola
Chegam
nos meses chuvosos.
10
No
quintal da minha casa,
Sempre
vi mamãe plantar
Graviola
e abacaxi
Era
rico o seu pomar.
Caju
para a cajuína
Que
só tem em Teresina.
Vale
a pena visitar.
(Rosário
Pinto/2018)
Fotos: Eu, Veronica,
professoras e vice-reitor da UNISUAM
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