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domingo, 27 de maio de 2018

FEIRA NORDESTINA na UNISUAM

Convidada pela professora Veronica Carvalho compus o poema Feira Nordestina, que foi apresentado nos festejos de 10 anos do Curso de Gastronomia da UNISUAM, onde ela cursa a faculdade de Nutrição.

Veronica Carvalho declamou e cantou o poema com muita propriedade e luxo. Conheci Veronica em 2017 no Projeto de Oficinas Poesia EnCena, idealizado e realizado pela arte educadora, atriz e diretora teatral Beth Araújo, com o apoio da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.

O projeto existe há cinco anos e, a partir dele, foi criado em 2018 o Grupo Teatral Mulheres no Cordel, com o propósito de trazer à luz a poesia feminina na literatura de cordel.  O espetáculo é dedicado às mulheres poetas de cordel, que de meados da década de 1970 até hoje vêm firmando seus nomes no cenário da literatura de cordel, um reduto marcado pela presença e domínio masculino.  

Feira nordestina
1
O Nordeste brasileiro
É celeiro cultural,
Também na alimentação,
Ele é referencial
Quando secam as barragens
Em tempos de estiagens
Queima o canavial.
2
A terra arde e resseca
A plantação fica escassa
A colheita é minguada
E também some a caça.
Sem acesso ao alimento,
Com fome e sem alento
O fogo é ameaça.
3
E durante o mês de junho
Mês de festa popular,
Que é patrimônio nosso,
Ela assume o seu lugar.
Firma nossa identidade
Em meio à festividade.
Que se deve preservar.
4
E no São João festejamos
Sempre com muita alegria
As colheitas do sertão,
Regadas com poesia
Seguindo a oralidade
Matando nossa saudade
Em noites de euforia.

5
Tem iguarias gostosas,
Milho cozido e assado,
Pamonha, batata doce,
Tem quentão bem apurado
Tem canjica com canela
Abarrotando a panela
E tudo vem do roçado.
6
Tem jabá com jerimum
Macaxeira e acarajé
Tem a buchada de bode
Fumaça na chaminé
E cuscuz de mandioca
A gostosa tapioca
A batata e o café.
7
Todo domingo acontece
A feira com cantoria
Feijão verde e de corda.
A peleja contagia
E no final de semana
Pastel e caldo de cana
Regados com poesia.
8
Moqueca de siri mole.
E são tantos os sabores
Queijo coalho e mungunzá
Cada qual com seus odores
Tem quentão e aluá
Tem cofo, tem caçuá
E frutos multicolores.
9
Nos meses de invernada
Temos frutos saborosos
Sapoti e bacuri
São frutos bem curiosos
Pitomba e carambola
Buriti e acerola
Chegam nos meses chuvosos.
10
No quintal da minha casa,
Sempre vi mamãe plantar
Graviola e abacaxi
Era rico o seu pomar.
Caju para a cajuína
Que só tem em Teresina.
Vale a pena visitar.
(Rosário Pinto/2018)

Fotos: Eu, Veronica, professoras e vice-reitor da UNISUAM

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