
RAINHA DA RAPADURA
Não eram cinco horas,
Quando o galo cantou.
O canto de outros galos
A bela aurora despertou,
E um coro de passarinhos
Cantando o dia saudou.
Na rede me espreguicei
Na cozinha o café cheirou.
Juntei os pés e levantei,
Rezei pra nosso senhor,
E agradeci pelo bom dia,
Que a natureza ofertou.
Um alpendre, uma rede,
O amanhecer no sertão,
Um velho rádio tocando
Moda de viola e baião
Não é apenas saudade
Que trago no coração.
Tenho o meu ranchinho,
E por ele tenho paixão.
A rainha da rapadura
Me sinto naquele chão.
Quando a saudade aperta
Eu volto pro meu sertão.
Esse rancho meu amigo,
Fica na minha Ipueiras.
Lá pras bandas do Ceará,
Com o Piauí faz fronteira
De lá se avista a beleza
Da serra grande inteira.
Quando a lua ilumina
O manto azul da serra,
Totalmente embevecida
Dou vivas a minha terra,
Que sempre ao meu olhar
A mais pura beleza encerra.
Foto de Dalinha Catunda no alpendre de sua casa em Ipueiras-Ce
Texto de Dalinha Catunda
Ê alpendrezinho bão, sô!!!
ResponderExcluirE essa redinha aí, então!!!
Amiga Dalinha, tenho certeza que seu ranchinho em Ipueiras (o qual tive o prazer de visitar algumas vezes) é uma grande fonte de inspiração.
Parabéns por traduzir tão bem os seus sentimentos em belos versos.
Grande abraço!
Ricardo
Poeta, quando é poeta faz destas maravlhas que acabo de ler. PARABÉNS! Dalinha, sua verve é inesgotável...
ResponderExcluirBeijossssss
sua amiga Rosário
Querida amiga, muito obrigado pela visita.
ResponderExcluirQuem tem uma vida boa
Deita-se com formosura,
Fica pensando na vida
Comendo até rapadura,
Com um bom livro na mão
Em cordel literatura.