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terça-feira, 6 de novembro de 2018

CANGACEIROS EM NOVA OLINDA



CANGACEIROS EM NOVA OLINDA

*
E quem pensou que o cangaço
Tinha desaparecido
Viu o terror novamente
Aparecer atrevido
Pras bandas de Nova Olinda
Tem gente com medo ainda
Depois do Acontecido.
*
A tropa de arruaceiro
Não perdeu a ocasião
Fez uma farra danada
Pegou chapéu e gibão
No atelier de Expedito
Seleiro que virou mito
Nessa sua profissão.
*
Remexeram a loja toda
Chegaram a se engalanar
Aqueles mais enxeridos
Só querendo se mostrar
Arrastaram um sujeito
Que com a faca nos peito
Tremeu pra fotografar.
*
Uma morena arretada
No meio da cabroeira
Que atendia por Linda
Não era de brincadeira
Essa veio de Barbalha
Com punhal e com navalha
Sossegava a tropa inteira.
*
Vi um branquinho tinhoso
Chamado de Trapiá
De olhos avermelhados
Dos confins do Ceará
O bicho era invocado
Nunca vi mais malcriado
Ficou pra lá e pra cá.
*
E lá de Campina Grande
Um cangaceiro careca
Era o Chico de Assis
Que trazia na cueca
Um canivete enfiado
Um facão do outro lado
Ele era o pior da reca.
*
Tinha uma tal de Dalinha
Que jogava capoeira
Atirar era com ela
E plantando bananeira
Cara metido a pimpão
Ela cortava o colhão
Depois lambia a peixeira.
*
Nesse dia Nova Olinda
Viu a figura do cão
No rastro dos cangaceiros
Devotos de Lampião
Quem achar que é mentira
Sua dúvida só tira
Com “Padim Ciço” Romão.
*
Fotos e versos de Dalinha Catunda

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