TROVAS
DE DALINHA CATUNDA.
1
A saudade é dor no
peito
Em noite de solidão;
Eu no cetim do meu
leito,
Ela no meu coração.
2
A saudade
companheira
Faz parte da minha
sina;
Se achegou como
posseira,
Logo virou
inquilina.
3
Saudade punhal
mortal
Que sangra a alma
da gente;
Um sentimento letal,
Quando visita o
presente.
4
Que triste fado é
perder
Na vida um grande
amor,
E a saudade se
prender
Para alimentar a
dor.
5
Para não viver
vazia
Casei-me com a
saudade;
Ela me faz
companhia
No avançado da
idade.
6
É doce sentir
saudade
De alguém que foi pra
voltar;
Sempre tempera a
vontade
E abrasa o
reencontrar.
7
A saudade é
acalanto
Que algumas vezes
apraz;
Quando ela chega sem
pranto,
É dengo que
satisfaz.
8
Não vou viver de
saudade,
Pra ela não me
matar;
Mas pra falar a
verdade,
Não vivo sem
recordar.
9
Saudade é dor
passageira,
Quando é pequena a
paixão;
Ela vem sem
gemedeira,
Não maltrata o
coração.
10
Sou a saudade
ladina,
Sou a saudade
marota,
Daquele chão
nordestino
Dos meus tempos de
garota.
11
A saudade é rede
armada
Que embala a
recordação;
Lembrando da terra
amada,
Balança meu
coração.
12
Já mergulhei na
saudade,
Contudo sem me
afogar;
Não tive dificuldade
Para sair desse
mar.
13
A saudade é filme
antigo,
Que preservo com
carinho;
Do tempo que andei
contigo,
Dividindo o mesmo
ninho.
14
A nossa louca
paixão,
Não tem como não
lembrar;
No perfume e na
canção,
Ela volta a
incomodar.
15
Debaixo de um
juazeiro
O seu amor eu
ganhei;
Lá eu fiz o meu
canteiro,
E só saudades
plantei.
16
Saudade é dor
descarada,
Que invade o peito
da gente;
Sem se sentir
acanhada.
Badala dentro da
mente.
*
Quero agradecer ao
poeta José Walter Pires, o convite para participar desse livro de trovas. Ai,
ai, saudade… é um livro repleto de belas trovas escrito por poetas incríveis,
que são: Lêda Selma, Alba Helena Corrêa, josé Walter Pires, Creusa Meira e
Dalinha Catunda.
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