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segunda-feira, 11 de setembro de 2023

DE CORDEL EM CORDEL

DE CORDEL EM CORDEL

1

O cordel tem seu registro

Tem nome tem tradição

É bem imaterial

E cultural da nação

E eu sou Dalinha Catunda

Na salvaguarda em ação.

2

O cordel era vendido

Num barbante pendurado,

Era uma cordinha fina

Um barbante bem delgado

O cordão em Portugal

De cordel era chamado.

3

Foi por isso que o folheto

Que na corda era escanchado

Em nome deste costume

Por cordel foi batizado

Não demorou muito tempo

Terminou sendo aprovado.

4

Aquele que faz cordel

É chamado cordelista

Ou poeta de bancada

É um especialista

Que domina o versejar

E no palco é um artista.

5

No folheto, no cordel

Popular Literatura

Escrita e oralidade

São partes dessa cultura

Além disso ainda agrega

Também a xilogravura.

6

A xilogravura é

Técnica de entalhar

Desenhos numa madeira

Para em seguida empregar

Como capas nos cordéis

No momento de editar.

7

Com os colonizadores

O cordel aqui chegou

Aportou lá na Bahia

E logo se propagou

O Nordeste brasileiro

Essa cultura abraçou.

8

Leandro Gomes de Barros

Com base na cantoria

Achou que daria pé

Editar o que escrevia

Pioneiro no cordel

Além de editar vendia.

9

E foi Maria das Neves,

A Batista Pimentel!

Como primeira mulher

A escrever um cordel

E o nome de homem usou

Para assinar o papel.

10

O cordel é popular

Entretanto é exigente

Quem quiser tentar fazer

É bom que fique ciente

Das regras que o cordel tem

Para então seguir em frente.

11

É gênero literário

É Cordel Literatura

Com linguagem popular

Aborda nossa cultura

E com seus temas diversos

É um convite a leitura.

12

Ter princípio meio e fim

É próprio da narração

A riqueza de detalhes

Favorece a construção

Não faça com correria

Tenha zelo e atenção.

13

O cordel tem que ter: métrica,

Ter rima, ter oração,

E destes três elementos

Jamais se pode abrir mão

Estude as regras primeiro

Só depois entre em ação.

14

Para escrever um cordel

Pense no que vai fazer

Matute sobre a história

P’ra melhor desenvolver

Procure ser criativo

No momento de escrever.

15

Na capa do meu cordel

Trago imagem da oração

No miolo trago a rima

Também metrificação

Assim vou desenvolvendo

Com regras a narração.

16

Eu primeiro faço um verso

Que chamam de pé ou linha

Rimo só nos versos pares

Como me ensinou Bastinha

Sem rimas ficam os ímpares

A sextilha assim caminha.

17

Para fazer a sextilha

Seis versos devo fazer

Cada verso sete sílabas

Na contagem deve ter

É a metrificação

Para o ritmo manter.

18

Para escrever um cordel

Não se faz só com sextilha

Temos outras opções

Uma delas a setilha

E temos também a décima

Veremos noutra planilha.

19

A sextilha recomendo

P’ra quem é iniciante

Sextilha tradicional

Porque temos variante

Ao dominar a sextilha

Pode seguir adiante.

20

Um verso de pé quebrado

Desabona a oração

E por isso é bom contar

Tendo bastante atenção

Pare na última tônica

Diz a metrificação.

21

Conte as sílabas poéticas

E não as gramaticais

Aprenda sobre elisões

Pois isso ajuda demais

E leia sempre em voz alta

Os erros dão seus sinais.

22

Dê sentido a cada estrofe

Escreva, mas com prudência

Rimar e metrificar

Deve ser com coerência

Atenção ao conteúdo

Ao ritmo e a sequência.

23

Leia e releia seus versos

E corrija a narrativa

Capriche na introdução

E seja imaginativa

Para concluir a história

De maneira criativa.

24

O cordel tem seu valor

E não podemos negar

Foi o jornal do Nordeste

Notícias sabia dar

Foi folheto com poder

Também de alfabetizar.

Fim

Cordel de Dalinha Catunda

Caade Maércio Siqueira

 

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