I
À musa peço licença
para essa história contar,
que venha a inspiração,
pois em versos vou narrar,
com argumentos que tenho,
rimas não irão faltar.
II
Vou falar neste cordel
de um céu sempre presente
na vida duma menina
curiosa e inteligente
que, olhando para o céu,
deu asas a sua mente.
III
Por ter nascido bem cedo,
no momento da alvorada,
seu nome foi escolhido
em homenagem à chegada,
e, com o nome de Aurora
ela assim foi batizada.
IV
Aurora ainda criança
ouvia sua mãe cantar
diferentes acalantos
para o seu sono embalar,
de tanto ouvir, aprendia
as cantigas de ninar.
V
A cantiga do gatinho
ela tinha decorado:
“desce já, desce, gatinho,
lá de cima do telhado,
para ver se essa menina
dorme um sono sossegado”.
VI
Quando sua mãe dizia:
“ô dona lua, ô luar,
pega aqui a minha Aurora
para ajudar-me a criar”,
Aurora olhava pro céu
e via a lua a brilhar.
VII
Olhando pro céu, Aurora
se pegava a imaginar
nas alvas nuvens do céu,
carneirinhos a pastar,
para dormir inventou
de carneirinhos contar.
VIII
A menina foi crescendo,
olhando para o infinito
e, querendo desbravar
aquele mundo bonito,
onde cada aparição
desenhava um novo rito.
IX
O céu era com certeza
o seu mundo encantado,
da janela do seu quarto,
podia ser alcançado,
novidade não faltava
no horizonte renovado.
X
Um dia, Aurora acordou
e viu o céu estrelado,
a lua vestindo prata,
deixava o céu prateado,
viu a rainha da noite
deslumbrante em seu reinado.
XI
A lua chamava atenção,
mas as estrelas também,
tinha de grande a pequena,
piscando como ninguém,
feliz sorria Aurora,
com tudo que do céu vem.
XII
Lá no meio das estrelas,
viu uma bem diferente,
brilhava com intensidade,
como era reluzente,
descobriu a Estrela Dalva,
Vênus, para muita gente.
XIII
Viu três estrelas juntinhas,
e queria saber mais.
A mãe logo respondeu
para não ouvir seus ais.
Elas são As Três Marias,
não se separam jamais.
XIV
Olhando a lua no céu,
noites e noites, ficava
perdida em contemplação,
das formas se admirava,
sem entender as mudanças,
à sua mãe perguntava:
XV
Minha mãe, por que a lua
Nasce, às vezes, diferente?
- A lua tem quatro fases,
são: lua nova e crescente,
a lua cheia e minguante,
disso fique bem ciente.
XVI
Gostava da lua cheia
com o clarão do luar,
gostava da lua nova,
era um barquinho no ar,
gostava tanto da lua,
que aprendeu desenhar.
XVII
Um dia, Aurora acordou
bem antes do sol raiar,
ficou de boca aberta,
sem querer acreditar
naquele céu colorido,
diante do seu olhar.
XVIII
Abriu mais sua cortina,
escancarou a janela,
para ver no horizonte
aquela paisagem bela,
a natureza pintando
no céu a mais linda tela.
XIX
Um painel bem colorido
tomava todo o arrebol,
fazendo os preparativos
para a chegada do sol,
e assim retirava Aurora
do aconchego do lençol.
XX
As cores foram sumindo,
mudando a tonalidade,
no céu do amanhecer,
prenúncio de claridade,
Aurora testemunhava,
cheia de felicidade.
XXI
Raios chegaram primeiro,
o sol em seguida chegou,
os passarinhos cantaram,
bem longe, o galo cantou,
quando o sol rompeu o dia,
a luz celeste brilhou.
XXII
O tempo foi se passando,
mas Aurora não perdia
o interesse pelo céu.
a sua grande mania,
na escola se interessava
por aulas de astrologia.
XXIII
A origem do seu nome
a sua mãe lhe contou:
Deusa do Amanhecer,
porque quando o sol raiou,
trazendo luz e calor,
Aurora, você chegou!
XXIV
No Céu Mágico de Aurora,
sempre cabe mais criança
pra brincar de ser feliz,
com respeito e confiança,
celebrando a alegria,
cultivando a esperança.
XXIV
Cordel Infantil de Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com
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