FOLCLORE
E A LENDA DA YARA
1
O
Folclore brasileiro
É
rico e bem atrativo
Geração
a geração
Ele
se mantém ativo
Recontando
cada história
Que
o povo traz na memória
Para
um público cativo.
2
Folclore
é sabedoria,
Tradição,
conhecimento
Herança
dos ancestrais
Passada
sem testamento
Com
aval da oralidade
O
povo em atividade
É
voz nesse movimento.
3
As
expressões culturais
Que
tem em comunidade
Fazem
parte do folclore
Pois
é sua identidade
Por
isso cada rincão
Zela
pela tradição
Seguindo
sua verdade.
4
Adivinhas,
trava-línguas,
A
culinária também
Os
ditados populares
Costumes
que o povo tem
Essas
manifestações
Conjunto
de tradições
A
memória leva além.
5
Temos
cantigas de roda
Ciranda
pra cirandar
Benditos
e ladainhas
E
as cantigas de ninar
Temos
dança, temos festa
O
povo se manifesta
O anseio é salvaguardar
6
Nós
temos contos e fábulas
histórias
de arrebatar
E
temos lendas fantásticas
Algumas
são de assustar
Tem
Lenda do Boitatá
Também
a do Guaraná
E
muito mais pra contar.
7
O
folclore com certeza
É
leque de tradições
D’um
povo que movimenta
Repassando
informações
Com
raízes no passado
Pesquisando
esse legado
E
trazendo inovações.
8
Hoje
como cordelista
Resolvi
me aventurar
Entrar
no mundo das lendas
E
esse mundo desbravar
Sobre
o lúdico universo
Vou
utilizar meu verso
Para
melhor explanar.
9
Minha
lenda preferida
É
lenda que corre chão
É
a lenda da sereia
Mas
conforme a região
De
mãe-d’água é nomeada
Ou
de Uiara chamada
Dependendo
da versão.
10
É
uma lenda amazônica
A
base da minha história
E
fala sobre uma indígena
Da
guerreira em trajetória
Uma
mulher perseguida
Que
lutou por sua vida
Com
valentia notória.
11
Era
uma vez uma índia
Uma
guerreira valente
Dona
de grande beleza
Vivia
livre e contente
E
por ser muito invejada
Quase
foi assassinada
Mas
escapou felizmente.
12
Os
seus irmãos invejosos
Resolveram
se vingar
E
aquela bela guerreira
Decidiram
por matar
A
forte guerreira então
Lutou,
matou cada irmão
Para
poder escapar.
13
Depois
da luta sangrenta
Com
medo de ser punida
A
tão valente guerreira
Fugiu
em grande corrida
Se
jogou no igarapé
Lá
encontrou o Pajé
Sentiu
que estava perdida.
14
O
pajé era seu pai
E
naquela ocasião
Sofrendo
a morte dos filhos
Tomou
uma decisão
Não
podia desculpar
Precisava
castigar
Sua
filha sem perdão.
15
Naquele
instante o Pajé
Com
ânsia de se vingar
Pegou
a índia no colo
Para
no rio jogar
E
sem hesitar jogou
Quando
a guerreira afundou
Ele
saiu do lugar.
16
Mas
a valente guerreira
Teve
a sua salvação
Os
peixes sentiram pena
E
entraram logo em ação
Transformaram
em sereia
A
índia daquela aldeia
Que
gostou da solução.
17
Ela
é metade peixe
Outra
metade é mulher
É
a rainha das águas
Como
a magia requer
É
a sereia que encanta
Quando
solta a voz e canta
Do
jeitinho que ela quer.
18
E
nos rios da Amazônia
Passou
Yara a viver
Como
uma linda Sereia
Com
seu canto e com poder
Se
algum homem lá chegar
Ela
atrai para afogar
O
povo vive a dizer.
19
Segundo
a Lenda de Yara
Quem
conseguir escapar
Termina
ficando louco
E
se quiser se tratar
Precisa
ter muita fé
E
procurar o Pajé
Só
ele pode curar.
20
Essa
história da Sereia
Repleta
de fantasia
Muitos
contaram em prosa
Enfeitando
com magia
Hoje
eu canto este universo
Na
rima de cada verso
Nas
estrofes da poesia
21
Essa
conhecida Lenda
Em
versos eu recontei
Coloquei
o meu olhar
Em
tudo que pesquisei
Rima
e metrificação
Que
existem na oração
São
das regras que adotei.
22
Eu
sou Dalinha Catunda
Cordelista
e Cirandeira
Faço
versos e boneca
Como
artesã bonequeira
Também
sei contar história
As
que guardei na memória
São
da minha vida inteira.
23
Se
quem conta aumenta um ponto
Eu
também sei aumentar
Vou
contando do meu jeito
Para
o leitor encantar
Inspirada
em minha Tia
Escrevo
com alegria
Ela
soube me ensinar.
24
Foi
lendo e ouvindo histórias
Que
aprendi a escrever
A
dizer o que eu queria
Nos
versos que sei fazer
Minha
voz hoje não cala
Tenho
meu lugar de fala
Por
saber o que dizer.
Fim
Cordel
de Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com
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