O
MARTÍRIO DE UMA VIRGEM
.
Vou
falar de uma virgem
Que
muita história deixou
História
de vida e fé
De
sofrimento e de dor
Conto
orgulhosa e atenta
Tudo
o que a moça passou.
Luzia
foi uma jovem
Que
através da humildade
Foi
proclamar ao Deus vivo
Vivendo
em castidade
Com
amor pelos humildes
Praticando
a caridade.
Essa
moça, virgem, mártir
No
mundo é venerada
Nasceu
no século III
E
desde lá cultuada
Na
cidade Siracusa
Uma
cidade paganada.
O
mundo inteiro conhece
A
história de Luzia
Viveu
no sul da Itália
E
todo mundo sabia
Do
seu exemplo de fé
Do
bem que a todos fazia.
De
família nobre e rica
Que
grande herança deixou
Foi
órfã aos quatro anos
Muita
educada ficou
Naquela
comunidade
Paganismo
dominou.
No
meio do paganismo
A
menina recebia
Educação
primorosa
Daquele
que transmitia
Belas
lições de amor
E
Luzia obedecia.
Vivendo
com a sua gente
Luzia
então percebeu
A
distância separando
Seus
irmãos e resolveu
Entregar
a Deus o corpo
E
o espírito puro seu.
Preferindo
a castidade
Uma
refletida opção,
Tão
lúcida e espontânea,
Pra
dedicar-se a oração,
Servir
aos necessitados,
Vivendo
à contemplação.
Jovem
muito desejada
Que
despertou a nobreza
Pelos
bens materiais
Tão
grande a sua riqueza
Seria
uma noiva ideal
Mas
preferiu a pobreza.
Concretizando
sua fé
A
virgem Luzia pediu
Uma
cura pra sua mãe
E
grande luz ela viu
No
túmulo de Santa Águida
O
milagre ali surgiu.
Depois
do grande milagre
A
sua mãe que queria
Seu
casamento pagão
Agora
não exigia
Respeitava
convicção
Da
jovem filha Luzia.
Seu
dote bem desejado
A
mãe Luzia pediu
Que
a ela fosse dado
Porque
Luzia preferiu
Distribuir
com os pobres
E
Luzia conseguiu.
A
notícia se espalhou
E
a virgem bem sabia
Perseguição
e vingança,
Martírios
a perseguia
O
jovem, seu pretendente,
Esperança
ainda nutria.
O
jovem inconformado
Em
ódio se transformou
Sua
vontade de casar
Porque
a paixão levou
Ao
desejo de vingança
E
a virgem denunciou.
Por
vários crimes, Luzia
Ao
poder denunciada
Não
aceitou se casar
Por
ser cristã confiada
Adorava
um Deus estranho
E
ensinamento pregava.
Pregavam
os ensinamentos
De
Jesus, o Salvador,
Contra
aqueles poderosos
E
dos humildes a favor
Em
detrimento dos deuses
Nacionais,
que horror!
Aí
começou, então,
Caminho
do sofrimento,
Do
martírio e da sentença,
Também
do seu julgamento
Luzia
só testemunhava
E
não se ouvia lamento.
Com
a sua convicção
De
jovem denunciada,
Porém
segura de si
Ao
tribunal foi levada
Sobre
sua confirmação
A
virgem foi perguntada.
O
juiz que era pagão
Por
sangue estava sedento
Julgar
com severidade
O
homem estava querendo
Pro
imperador agradar
Aproveitando
o momento.
No
meio do interrogatório
Esse
juiz ordenou
Sua
adoração aos deuses
Nacionais,
com amor
E
o casamento aceitasse
Luzia
não se intimidou.
Resposta
firme e altiva
Ela
dirigiu aos seus
Dizendo
que não faria
―Adoro
a um só Deus,
Prometi
fidelidade,
Vou
cumprir os votos meus.
O
juiz ensandecido
Luzia
ameaçava
Dando
sequência ao processo
Ele
a virgem intimidava
Com
o seu imenso ódio
Que
irado a torturava.
Ameaçada
de estupro
Mas
firme na decisão
Queria
sempre ser casta
Pra
sua santificação
Templo
do espírito Santo
Era
assim seu coração.
Luzia
disse ao juiz:
―Meu
Deus não vai me julgar
Se
à força oferecer
Incensos
para adorar
Aos
ídolos, sem vontade
Para
os homens agradar.
Foi
dando provas de fé
Que
a virgem confiou
Numa
proteção divina
Ao
juiz desafiou
Uma
mensagem de Paulo
Pr’aquele
homem citou.
O
“Tudo posso Naquele
Naquele
que fortalece”
Dito
pela virgem Luzia
Pr’aquele
homem parece
Causou
ainda mais ira
O
homem quase enlouquece.
O
seu nobre pretendente
Que
a tudo assistia
Fez
uma outra tentativa
Para
convencer Luzia
Dava
outra oportunidade
Casar
com ela queria.
Fez-lhe
muitos elogios
Falou
da convicção,
Enalteceu
sua beleza,
E
de anjo a sua feição,
Do
seu olhar a pureza,
De
fiel o coração.
A
legenda popular
Narra
a sua decisão
De
arrancar os seus olhos
Pra
oferecer ao então,
Jovem
fidalgo e ao mundo
Causando
admiração.
Contam
ainda de outros olhos
Que
em Luzia surgiram
Mais
perfeitos e radiantes
No
seu rosto todos viram
Que
era Santa, acreditaram
E
isso não omitiram.
A
virgem foi resistindo
A
investida jogada
Com
sua superioridade
Que
por Jesus foi lhe dada
Mas
piche, azeite e resina
No
seu corpo foi jogada.
Fizeram
grande fogueira
Do
seu corpo padecido
Subiram
as labaredas
Mas
Luzia, tenho lido,
Saiu
ilesa da fúria
Daquele
povo perdido.
Demonstrativo
de fé
Dessa
jovem sofredora
Que
quando de olhos fechados
Era
uma boa oradora
Chamava
sempre por Deus
Da
Palavra uma cumpridora.
O
juiz com grande raiva
Ao
seu soldado ordenou
A
morte da virgem Santa
Que
na história ficou
Atravessando
uma espada
No
seu pescoço, a matou.
Era
13 de dezembro
Do
ano 303
Luzia
deixava o mundo
E
muita falta ela fez
Deixou
como ensinamento
Exemplo
de fé, altivez.
Na
cidade Siracusa
Seu
corpo foi sepultado
E
para Constantinopla
Bem
depois foi transportado
À
Imperatriz Teodora
Esse
corpo foi doado.
A
virgem de quem eu falo
É
a nossa Santa Luzia
Que
belo exemplo de fé
Nessa
donzela se via
Fazer
homenagem a ela
Há
muito tempo eu queria.
(Nelcimá
de Morais)
postado por Dalinha Catunda
administradora do Cordel de Saia
dalinhaac@gmail.com
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