Poetas
e poetisas glosando o mote
De ELIODORO MORAIS
*
"SEI
QUE SAUDADE NÃO MATA
MAS
PASSA TIRANDO UM FINO”.
*
DALINHA
CATUNDA
A
saudade quis chegar
Mas
guarida não dei não
Conheço
meu coração
Que
não vive a ruminar
E
vendo alguém se achegar
Maroto
que nem menino
Acolhi
com meu bom tino
Pois
eu sou mulher sensata:
"SEI
QUE SAUDADE NÃO MATA
MAS
PASSA TIRANDO UM FINO”.
*
ELIODORO
MORAIS
A
solidão acompanha
Quem
anda sempre sozinho
Como
se fosse um espinho
Cravado
na sua entranha
É
como o pranto que banha
As
dores do seu destino
Quando
o adeus assassino
Machuca,
fere e maltrata
Sei
que saudade não mata
Mas
passa tirando um fino
*
Chega
de lugar nenhum
Deixando
o peito em pedaço
E
toma conta do espaço
Da
vida de qualquer um
Habita
a vala comum
Da
casa do desatino
Como
invasor clandestino
Da
relação abstrata
Sei
que saudade não mata
Mas
passa tirando um fino
*
JOAMES
MENDES
Saudade
não é doença,
Mas
com doença parece,
Causa
mal estar, estresse
E
uma solidão imensa;
Remediar
não compensa,
Só
aumenta o desatino;
Para
curá-la eu ensino
Carinho
na dose exata;
SEI
QUE SAUDADE NÃO MATA,
MAS
PASSA TIRANDO UM FINO!
*
GEVANILDO
ALMEIDA
Essa saudade é culpada,
Tá sempre me perturbando,
No meu peito vai entrando,
Sem rumo destrambelhada,
Não consigo fazer nada,
Já tentei não lhe domino,
No meu peito virou hino,
Tocando igual serenata,
SEI QUE SAUDADE NÃO MATA,
MAS PASSA TIRANDO UM FINO.
*
JOSENIR LACERDA
A saudade traiçoeira
Vem como quem não quer nada
Seja noite ou madrugada
Ela ataca sorrateira
Manifesta-se faceira
Num solo de violino
No som do tango argentino
Provoca, fere e maltrata
"Sei que a saudade não mata
Mas passa tirando um fino"
*
GIOVANNI ARRUDA
A saudade corre chão...
Deixa a cuca escangalhada
Quando o cheiro da amada
Sopra feito um furacão;
E tomado da invasão
O cabra vira menino
Vê estrela, ouve sino
Salta que nem acrobata
SEI QUE SAUDADE NÃO MATA
MAS PASSA TIRANDO UM FINO
*
VÂNIA FREITAS
A saudade
pela estrada
Busca sempre o coração
Veloz não pisa no chão
Para não ser espancada
E nele fazer morada
Com seu instinto felino
Essa força não domino
Porque ela é abstrata
SEI QUE SAUDADE NÃO MATA
MAS PASSA TIRANDO UM
FINO.
*
FRANCISCO DE ASSIS SOUSA
Ela é ausência na lembrança
De alguém que não ficou
E a presença nos levou
Sem deixar nem semelhança
Às vezes é desesperança
É um sentimento ferino
Eu não sei como a defino
Se ela concreta ou abstrata
"SEI QUE SAUDADE NÃO MATA
MAS PASSA TIRANDO UM FINO”.
*
Interações organizadas, por Dalinha Catunda
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