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terça-feira, 16 de julho de 2019

FLIP- RODA DE CONVERSA - Anilda Figueiredo e Dalinha Catunda


RODA DE CONVERSA A MULHER NO CORDEL
A Mulher no Cordel foi o tema da Roda de Conversa com Anilda Figueiredo e Dalinha Catunda, na FLIP2019.
A mediadora foi Ana Ferraz, da Editora Coqueiro.
Entre alguns temas debatidos, falou-se do cordel que sempre foi bem popular, mas que hoje muitos acham que ele deve ser escrito na língua culta com a finalidade de entrar nas escolas e chegar às universidades. Eu particularmente sou contra que se escreva errado, mas acho que não compromete ser escrito na linguagem coloquial, com os devidos cuidados.
Discorremos sobre o papel da mulher na história do cordel.  No primeiro momento, quando ela lendo, repassava as novas gerações em calçadas, alpendres em sítios e fazendas as histórias em cordel. Ali também ela contava histórias de trancoso, fazia a roda de versos e brincava com adivinhações.
No segundo momento a mulher se descobriu tema dos poetas nos livretos de cordel, às vezes enaltecida e muitas vezes mal falada e até escrachada.
Depois de muito tempo, a mulher que já escrevia e guardava seus versos, resolveu retirá-los das gavetas e ocupar a lacuna que lhe pertencia por direito na literatura de cordel.
As dificuldades, não foram poucas, pois campear num espaço onde o homem reinava desde sempre, não era tarefa fácil. Mas mulher com sua teimosia, não abriu mão de assegurar o seu espaço no mundo do cordel.
Fomos invisíveis por muito tempo. Hoje somos reconhecidas e convidadas para os grandes eventos e posso até dizer, que o homem tem um novo olhar sobre a mulher cordelista.
Um assunto que me preocupa e até me incomoda, e na roda de conversa foi abordado, é que a mulher que poderia ser mais parceira uma da outra, se veste de vaidade, cada uma quer reinar no seu território e esquecem que a parceria e o que vai nos levar além.
Não podemos ser rivais, devemos ser cumplices, fazer projetos juntas, seminários, encontros, pois só assim ocuparemos dignamente nosso espaço.
O Cariri me abriu essa possibilidade.  Através dessa abertura, eu levei mulheres do Cariri para o Rio de Janeiro e entrei no espaço cultural do Cariri. Fazemos muito bem esse intercâmbio, inclusive, umas hospedando as outras.
Não quero ser a dona da verdade, nem quero todos os louros. Não seremos nada sozinhas. Vamos ser estrelas, sim, cada uma com seu brilho, pois ser grande é pertencer a uma constelação.
Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com




 

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