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terça-feira, 24 de agosto de 2021

GLOSANDO NA REDE COM DALINHA


 

GLOSANDO NA REDE COM DALINHA

*

PRA ROLA SÓ DOU XERÉM

SE COMER NA MINHA MÃO.

Mote de Dalinha Catunda

1

Nem bem o dia amanhece

Já está em meu quintal

O seu canto matinal

É canto que me enternece

Mas comida só merece

Quem tem rumo e direção

Não cedo alimentação

Pra quem sempre vai e vem:

PRA ROLA SÓ DOU XERÉM

SE COMER NA MINHA MÃO.

Glosa de Dalinha Catunda

2

Também não darei moleza

À rola ou a periquito,

Mesmo sendo bem bonito,

Pode ter toda a certeza;

Beleza nunca põe mesa

E nesses tempos então

Só abro uma exceção

Com aval de Araquem:

PRA ROLA SÓ DOU XEREM

SE COMER NA MINHA MÃO.

Glosa de Bastinha Job

3

Já tive no meu terreiro

uma rola sem futuro,

me procurava no escuro

e me acertava o traseiro,

com seu jeito interesseiro,

não queria meu pirão,

mas só arroz com feijão,

na hora do vai-e-vem.

PRA ROLA SO DOU XERÉM

SE COMER NA MINHA MÃO.

Glosa: Anilda Figueiredo

4

Eu adoro passarinho...

Mas sou fã do periquito

Esse do mote esquisito

Não põe ovo no meu ninho

Pra ficar tudo certinho

Eu digo com precisão

Essa rima é o cão

Esse verso não convém

PRA ROLA SÓ DOU XERÉM

SE COMER NA MINHA MÃO

Glosa: Giovanni Arruda

5

Quando o passaro é manso

Basta um dedo em riste

Botar painço e alpiste

Que vem fazer o descanso

Já criei patos e ganso

Sabiá corrupião

Acabava com a ração

Não me sobrava um vintém

PRA ROLA SÓ DOU XERÉM

SE COMER NA MINHA MÃO

Glosa Araquém Vasconcellos

6

Canta lá no cajueiro

Que fica no meu canal

Um rebanho de pombal

Me consola o dia inteiro

Mais não chega no terreiro

Nem na janela do oitão

Eu tenho essa opinião

Pode ser pardal, quem quem

PRA ROLA SÓ DOU XERÉM

SE COMER NA MINHA MÃO...

Glosa Jairo Vasconcelos.

7

Eu escuto o passarinho

Mas grito com dedo em riste

Posso dar xerem, alpiste

Se ele sair do ninho

Se eu escutar bem cedinho

Um canto em tom de canção

Mas se ele só diz não

E não canta pra ninguém

PRA ROLA SÓ DOU XEREM

SE COMER NA MINHA MÃO.

Glosa:rivamoura teixeira

8

Eu criava uma rolinha

Um dia fiquei zangada

Ela vivia escorada

Peguei a tal passarinha

Ficou mais mole a bichinha

Eu dei nela um arrochão

Sapequei ela no chão

E pelei o seu sedém

PRA ROLA SÓ DOU XERÉM

SE COMER NA MINHA MÃO

Glosa: Ritinha Oliveira

*

Mote de Dalinha Catunda coordenadora da roda de glosas.

dalinhaac@gmail.com

XILO DE VALDÉRIO COSTA


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