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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Carreirão de Anilda Figueirêdo

 

MEU CARREIRÃO

Vou pegar meu carreirão,
sou Anilda Figueirêdo,
das bandas do Cariri,
de onça não tenho medo,
chorei quando vim ao mundo,
mas vou contar um segredo:
fui exemplada na peia,
mas você não trisca o dedo,
montei em cavalo brabo,
debaixo de arvoredo,
em noite de lua cheia,
dormi tarde e acordei cedo,
ralei muita mandioca
na farinhada de Alfredo,
no Engenho do São Bento
vi caldo de cana azedo,
comi rapadura quente,
e depois peguei o bredo,
o meu verso não empanca,
se quiser, mando torpedo,
meu cordel tem conteúdo,
rima, métrica e enredo,
defendo nossa cultura,
porém, não faço arremedo,
se vier me enfrentar,
pode até sofrer degredo,
não sou Altino Alagoano,
mas meu verso é um rochedo.

(Anilda Figueirêdo)
Postagem de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com

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