MEU CARREIRÃO
Vou pegar meu carreirão,
sou Anilda Figueirêdo,
das bandas do Cariri,
de onça não tenho medo,
chorei quando vim ao mundo,
mas vou contar um segredo:
fui exemplada na peia,
mas você não trisca o dedo,
montei em cavalo brabo,
debaixo de arvoredo,
em noite de lua cheia,
dormi tarde e acordei cedo,
ralei muita mandioca
na farinhada de Alfredo,
no Engenho do São Bento
vi caldo de cana azedo,
comi rapadura quente,
e depois peguei o bredo,
o meu verso não empanca,
se quiser, mando torpedo,
meu cordel tem conteúdo,
rima, métrica e enredo,
defendo nossa cultura,
porém, não faço arremedo,
se vier me enfrentar,
pode até sofrer degredo,
não sou Altino Alagoano,
mas meu verso é um rochedo.
(Anilda Figueirêdo)
Postagem de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com
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