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quinta-feira, 6 de agosto de 2020

CARREIRÃO DE MULHER


CARREIRÃO DE MULHER
*
Sou poeta popular
Nos versos sou estradeira
Quando pego um carreirão
Meu verso não tem barreira
Sempre tive a língua solta
Pois gosto de brincadeira
Quando chego num alpendre
Puxo logo uma cadeira
E desenrolo meu verso
Sem esquentar a moleira
Ninguém derruba meu verso
Com pedra de baladeira.
Quem for fraco de poesia
Pode pegar na carreira
Meu angu aqui é quente
Não se come pela beira
Quando retoco o batom
Mostro meu lado brejeira.
Tem muita gente que aplaude
Meu verso de cantadeira
Porém tem gente que diz
Que apenas falo besteira
Não canto sem minha figa
Não passo sem benzedeira.
Aprendi meu carreirão
Ouvindo Pedro Bandeira
Escrevo meus absurdos
Por causa de Zé Limeira
Eu só não aprendo nada
É quando esbarro em toupeira.
Esse canto encarrilhado
É canto de catingueira
Que não erra na flechada
Porque sabe ser certeira
SE TEM CANTO DE SEGUNDA
O MEU CANTO É DE PRIMEIRA.
*
Versos de Dalinha Catunda cad.25 da ABLC
Arte da ilustração Cayman Moreira
dalinhaac@gmail.com


2 comentários:

  1. A mulher tem a beleza quem deu foi mãe natureza. Por isso a poesia para ela é natural na sua força interior não existe outra igual.

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