NO
EXERCÍCIO DO CORDEL
*
LUIZ
ADEMAR MUNIZ
Mesmo
com meu verso ralo
Quebrado
de baixo à cima
Sem
ter métrica nem rima
Para
escrever não me abalo
Meu
cordel, vou declamá-lo
À
toda hora e segundo
No
desejo mais profundo
Qu'existe
no universo
Eu
quero espalhar meu verso
Por
toda parte do mundo.
*
DALINHA
CATUNDA
Luiz
Ademar Muniz
Poeta
capacitado
Que
foge do pé quebrado
Tua
estrofe assim diz
Versejando
foi feliz
Fez
a metrificação
Caprichou
na oração
Não
se perdeu ao rimar
Brincando
de versejar
Fez
versos com precisão.
*
JOÃO
RODRIGUES
Para
se fazer cordel
Não
basta um verso fazer
Nem
qualquer coisa escrever
Numa
folha de papel
Não
basta falar do fel
Que
é a terra rachada
Nem
falar de enxurrada
De
sertão ou de fartura
Pois
nossa literatura
Precisa
ser respeitada.
*
DALINHA
CATUNDA
O
cordel é exigente
Pois
tem regra na feitura
Não
é qualquer criatura
Que
leva o cordel à frente
Porém
sendo paciente
E
tendo dedicação
Usando
a inspiração
É
possível aprender
Basta
somente querer
E
prestar muita atenção.
*
CARLOS
AIRES
Nosso
cordel necessita
De
poeta competente,
Que
escreva corretamente
Pois
a poesia escrita
Ficará
bem mais bonita
Quando
essa composição
Se
encaixa com perfeição
Bem
no regime da ética
Com
consistência poética
Firmeza
na construção.
*
DALINHA
CATUNDA
Não
quero aqui descartar
Nosso
linguajar matuto
Do
singelo vate astuto
Que
também sabe rimar
Aprendeu
metrificar
Através
da oralidade
Porque
vem da antiguidade
Da
boca do menestrel
A
história do cordel
Na
voz da simplicidade.
*
BASTINHA
JOB
Fazer
o verso isométrico
Sempre
com a mesma medida
Fazer
verso heterométrico
No
cordel, não tem saída;
A
redondilha maior
É
a medida melhor
Para
o verso popular
Ninguém
vai achar defeito
O
cordel será perfeito
Gostoso
de recitar.
*
DALINHA
CATUNDA
O
verso de pé quebrado
Desabona
a criação
Pois
sem metrificação
O
verso fica aleijado
No
cordel esse cuidado
Jamais
poderá faltar
Vamos
a regra adotar
Fazer
bonito papel
Não
se faz um bom cordel
Sem
saber metrificar.
*
GEVANILDO
ALMEIDA
Vendo
essa imagem na tela
Posso
ver com perfeição
Sempre
Dalinha em ação
Essa
Poetisa bela
E
valorizando aquela
Nossa
cultura adorada
Por
autores declamada
Em
pontos de festivais
E
nas bancas de jornais
Para
o povo repassada.
Escreva
uma resposta…
*
ROSÁRIO
PINTO
Eu
não canto em desalinho.
Chegou
Ademar com seu estilo.
Cordel
não cabe vacilo.
Observo
o meu vizinho,
E
sempre aprendo um pouquinho.
Faço
verso e faço prosa,
Às
vezes me chamam Rosa.
Dalinha
nos dá lição,
Bastinha
segue a oração,
Na
peleja calorosa.
*
DALINHA
CATUNDA
Chegou
primeiro Ademar
Para
nossa interação
Cantou
bonito o João
Sem
esquecer de contar
E
para melhor ficar
Carlos
Aires com Firmeza
mostrou
a sua grandeza
Falando
de competência
Pois
o cordel tem ciência
Bardo
tem que ter destreza.
*
ROSÁRIO
PINTO
CORDEL
é literatura.
Vem
de antiga tradição,
Por
ela tenho afeição.
Reflete
nossa cultura
Tem
regras, tem estrutura.
Do
homem já foi reduto
Seja
erudito ou matuto.
Mas
finalmente a mulher,
Chegou
com sua colher,
P’ra
mexer neste produto.
*
DALINHA
CATUNDA
Quem
tem ouvido apurado
Sempre
descobre o defeito
Quando
o pé não sai perfeito
Logo
o erro é notado
Não
é bom ser apressado
É
melhor ter atenção
Dar
sentido a oração
Da
rima não descuidar
Pra
melhor estruturar
Os
versos da criação.
*
GEVANILDO
ALMEIDA
A
cultura popular
Tem
um brilho radiante
De
uma estrela brilhante
No
infinito a brilhar
O
céu a iluminar
A
terra com amplidão
Fazendo
divulgação
Dessa
cultura envolvente
Deixando
o povo contente
Por
sua repercussão.
*
CREUSA
MEIRA
Por
mais que eu fique distante
Das
estradas do Cordel
Ele
chega num tropel
E
me envolve nesse instante
Na
peleja extasiante
Desses
grandes menestréis
Abnegados,
fiéis
Que
constroem a melodia
Rimando
com maestria
Os
seus brilhantes Cordéis
*
VÂNIA
FREITAS
No
cordel se usa a rima
A
métrica e a oração
E
o verso tem expressão
Se
a inspiração vem de cima
É
tirar ouro de mina
É
espalhar a poesia
É
fazer com maestria
O
cordel de qualidade
Não
importa quantidade
No
cordão desta magia.
*
JOSÉ
WALTER PIRES PIRES
Vou
entrar na brincadeira,
Falando
coisa séria:
O
cordel não é pilhéria,
Porém
arte verdadeira,
Poesia
pioneira,
Numa
bela trajetória,
Construindo
sua história,
Para
ficar nos anais,
Sem
se arrefecer jamais,
Numa
luta meritória!
*
LINDICASSIA
NASCIMENTO
Minha
escrita vem da alma
Escrevo
com emoção
Discorro
no coração
Os
versos que me acalma
Tiro
o chapéu, bato palma
Pra
quem bota no papel.
Eu
admiro o menestrel
Que
compõe sua poesia
Que
dela faz cantoria
E
transforma em cordel.
*
DAVID
FERREIRA
Fazer
cordel, com certeza,
pelo
menos, para mim,
não
é tão simples assim,
pois,
além da sutileza,
requer
do dote, clareza,
bom
humor, hegemonia,
competência
e sintonia
e,
decerto, um bom assunto,
sem
preterir o conjunto:
métrica,
rima e melodia.
*
MURILO
BARROSO
Cordel
é uma delgada corda,
Com
as pontas estendidas,
Sendo
uma na Europa
E
a outra,em nossas vidas;
Pendurando
belos versos,
Na
verdade réus confessos
Julgados
pela barriga.
*
Anilda
Figueiredo
Um
dia, me perguntaram
Como
se faz um cordel,
Eu
respondi não precisa
Ser
poeta ou menestrel,
Basta
escutar com cuidado,
Deus
é quem faz o ditado,
E
eu ponho no papel!
*
MANA
CARDOSO
Pra
escrever um bom cordel
É
preciso conhecer
Rima,
Métrica , Oração
E
bom conteúdo ter
É
dar conta do recado
Num
assunto caprichado
Para
quem gosta de ler.
*
Roda de versos organizada por Dalinha Catunda.
Foto de Dalinha Catunda
Postagem de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com
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