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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

NO EXERCÍCIO DO CORDEL


 

 

NO EXERCÍCIO DO CORDEL

*

LUIZ ADEMAR MUNIZ

Mesmo com meu verso ralo

Quebrado de baixo à cima

Sem ter métrica nem rima

Para escrever não me abalo

Meu cordel, vou declamá-lo

À toda hora e segundo

No desejo mais profundo

Qu'existe no universo

Eu quero espalhar meu verso

Por toda parte do mundo.

*

DALINHA CATUNDA

Luiz Ademar Muniz

Poeta capacitado

Que foge do pé quebrado

Tua estrofe assim diz

Versejando foi feliz

Fez a metrificação

Caprichou na oração

Não se perdeu ao rimar

Brincando de versejar

Fez versos com precisão.

*

JOÃO RODRIGUES

Para se fazer cordel

Não basta um verso fazer

Nem qualquer coisa escrever

Numa folha de papel

Não basta falar do fel

Que é a terra rachada

Nem falar de enxurrada

De sertão ou de fartura

Pois nossa literatura

Precisa ser respeitada.

*

DALINHA CATUNDA

O cordel é exigente

Pois tem regra na feitura

Não é qualquer criatura

Que leva o cordel à frente

Porém sendo paciente

E tendo dedicação

Usando a inspiração

É possível aprender

Basta somente querer

E prestar muita atenção.

*

CARLOS AIRES

Nosso cordel necessita

De poeta competente,

Que escreva corretamente

Pois a poesia escrita

Ficará bem mais bonita

Quando essa composição

Se encaixa com perfeição

Bem no regime da ética

Com consistência poética

Firmeza na construção.

*

DALINHA CATUNDA

Não quero aqui descartar

Nosso linguajar matuto

Do singelo vate astuto

Que também sabe rimar

Aprendeu metrificar

Através da oralidade

Porque vem da antiguidade

Da boca do menestrel

A história do cordel

Na voz da simplicidade.

*

BASTINHA JOB

Fazer o verso isométrico

Sempre com a mesma medida

Fazer verso heterométrico

No cordel, não tem saída;

A redondilha maior

É a medida melhor

Para o verso popular

Ninguém vai achar defeito

O cordel será perfeito

Gostoso de recitar.

*

DALINHA CATUNDA

O verso de pé quebrado

Desabona a criação

Pois sem metrificação

O verso fica aleijado

No cordel esse cuidado

Jamais poderá faltar

Vamos a regra adotar

Fazer bonito papel

Não se faz um bom cordel

Sem saber metrificar.

*

GEVANILDO ALMEIDA

Vendo essa imagem na tela

Posso ver com perfeição

Sempre Dalinha em ação

Essa Poetisa bela

E valorizando aquela

Nossa cultura adorada

Por autores declamada

Em pontos de festivais

E nas bancas de jornais

Para o povo repassada.

Escreva uma resposta…

*

ROSÁRIO PINTO

Eu não canto em desalinho.

Chegou Ademar com seu estilo.

Cordel não cabe vacilo.

Observo o meu vizinho,

E sempre aprendo um pouquinho.

Faço verso e faço prosa,

Às vezes me chamam Rosa.

Dalinha nos dá lição,

Bastinha segue a oração,

Na peleja calorosa.

*

DALINHA CATUNDA

Chegou primeiro Ademar

Para nossa interação

Cantou bonito o João

Sem esquecer de contar

E para melhor ficar

Carlos Aires com Firmeza

mostrou a sua grandeza

Falando de competência

Pois o cordel tem ciência

Bardo tem que ter destreza.

*

ROSÁRIO PINTO

CORDEL é literatura.

Vem de antiga tradição,

Por ela tenho afeição.

Reflete nossa cultura

Tem regras, tem estrutura.

Do homem já foi reduto

Seja erudito ou matuto.

Mas finalmente a mulher,

Chegou com sua colher,

P’ra mexer neste produto.

*

DALINHA CATUNDA

Quem tem ouvido apurado

Sempre descobre o defeito

Quando o pé não sai perfeito

Logo o erro é notado

Não é bom ser apressado

É melhor ter atenção

Dar sentido a oração

Da rima não descuidar

Pra melhor estruturar

Os versos da criação.

*

GEVANILDO ALMEIDA

A cultura popular

Tem um brilho radiante

De uma estrela brilhante

No infinito a brilhar

O céu a iluminar

A terra com amplidão

Fazendo divulgação

Dessa cultura envolvente

Deixando o povo contente

Por sua repercussão.

*

CREUSA MEIRA

Por mais que eu fique distante

Das estradas do Cordel

Ele chega num tropel

E me envolve nesse instante

Na peleja extasiante

Desses grandes menestréis

Abnegados, fiéis

Que constroem a melodia

Rimando com maestria

Os seus brilhantes Cordéis

*

VÂNIA FREITAS

No cordel se usa a rima

A métrica e a oração

E o verso tem expressão

Se a inspiração vem de cima

É tirar ouro de mina

É espalhar a poesia

É fazer com maestria

O cordel de qualidade

Não importa quantidade

No cordão desta magia.

*

JOSÉ WALTER PIRES PIRES

Vou entrar na brincadeira,

Falando coisa séria:

O cordel não é pilhéria,

Porém arte verdadeira,

Poesia pioneira,

Numa bela trajetória,

Construindo sua história,

Para ficar nos anais,

Sem se arrefecer jamais,

Numa luta meritória!

*

LINDICASSIA NASCIMENTO

Minha escrita vem da alma

Escrevo com emoção

Discorro no coração

Os versos que me acalma

Tiro o chapéu, bato palma

Pra quem bota no papel.

Eu admiro o menestrel

Que compõe sua poesia

Que dela faz cantoria

E transforma em cordel.

*

DAVID FERREIRA

Fazer cordel, com certeza,

pelo menos, para mim,

não é tão simples assim,

pois, além da sutileza,

requer do dote, clareza,

bom humor, hegemonia,

competência e sintonia

e, decerto, um bom assunto,

sem preterir o conjunto:

métrica, rima e melodia.

*

MURILO BARROSO

Cordel é uma delgada corda,

Com as pontas estendidas,

Sendo uma na Europa

E a outra,em nossas vidas;

Pendurando belos versos,

Na verdade réus confessos

Julgados pela barriga.

*

Anilda Figueiredo

Um dia, me perguntaram

Como se faz um cordel,

Eu respondi não precisa

Ser poeta ou menestrel,

Basta escutar com cuidado,

Deus é quem faz o ditado,

E eu ponho no papel!

*

MANA CARDOSO

Pra escrever um bom cordel

É preciso conhecer

Rima, Métrica , Oração

E bom conteúdo ter

É dar conta do recado

Num assunto caprichado

Para quem gosta de ler.

 *

 Roda de versos organizada por Dalinha Catunda.

Foto de Dalinha Catunda

Postagem de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC

dalinhaac@gmail.com

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